30 maio, 2011

I've been asking myself the same question for so long. I'm having a tattoo this afternoon, it says "all was well". It's the last line from Harry Potter and The Deathly Hallows and it represents so much to me. It tells me that, no matter what, things are gonna be fine. It might not be today, it might not be tomorrow, but they will. That's why I wanna write it on my skin, or else, in my wrist, so I'll have it on my sleeve forever. Whenever things go wrong, if I pull my sleeve it's gonna be there, to make me smile, to make me cry, but mainly to make me sure that it will get better, for real.

round'n'round

Mudei-me para o prédio onde moro quando eu tinha mais ou menos 5 anos. Nessa época, ainda existia um pequeno playground ao lado do salão de festas, onde os brinquedos eram amarelos e vermelhos. Sempre que algo me incomodava, eu descia até lá e sentava no "gira-gira". Eu girava, girava, girava e girava até sentir vontade de vomitar, até que as lágrimas parassem de sair, até que eu esquecesse o que estava acontecendo e pudesse voltar para casa. Era o jeito que eu lidava com as coisas, fazê-las girar na minha cabeça tantas e tantas vezes a ponto de não saber mais o que tinha me levado até ali. Fiz isso inúmeras vezes até removerem o playground do condomínio. No último final de semana, tentei de novo. Girei e girei querendo que minhas questões, paranóias e inseguranças desaparecessem no ar ao redor daquele hexágono de três cores. Não funcionou.

Não sei quando as coisas começaram a ficar tão complexas. Quando eu comecei a ligar para a psiquiatra ao invés de descer 7 andares e girar até ficar enjoada. Não sei quando troquei o Nescau quente pelo remédio para dormir, nem quando comecei a gritar com os outros ao invés de descontar tudo nas páginas de uma agenda da Moranguinho. Crescer é difícil. Sinto-me possuída por algo que nunca senti antes, uma raiva infundada, sem nome, sem tamanho, sem destino. Uma vontade de abrir, de entregar tudo que está engasgado e confuso assim mesmo, sem medir palavras, sem organizar, sem pensar duas vezes. É um emaranhado de incertezas e medo que me consome e me puxa para dentro. Estou me perdendo em um buraco dentro de mim.